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domingo, 25 de abril de 2010



No sábado passado tivemos uma "sessão cinema" em que o objetivo foi assistir ao filme Cronicamente Inviável, sugerido pelo prof. Rafael, da Disciplina Cultura Brasileira: Aspectos Gerais. Como se vê, quase nem piscaram durante o filme.

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6 comentários:

Unknown disse...

"Quase nem piscaram..."
Sejamos sinceros: que filme tosco!!!
Imaginem sendo assistido por várias pessoas (homens, mulheres, jovens, etc), numa sessao pública (cinema), onde senhoras puderam observar um concurso de bumbum (embora nem só bumbum pôde ser visto!!!). Tenho certeza de que isso contribuirá muito com a nossa visão de cultura. Aliás, serve para corroborar com a imagem que tenho do cinema brasileiro: dinheiro público para a promoção de "pornochanchadas"! O Professor Rafael que me desculpe, mas ...
que porcaria!!!!!!!!!!!!

RUBENS ARTAVE disse...

UMA COISA QUE FICOU BEM CLARO NA EXPLANAÇÃO DOS PROFESSORES RAFAEL E JANETE NA SEXTA FEIRA À NOITE, FOI A INFORMAÇÃO DE QUE DEVERÍAMOS DEIXAR O SENSO COMUM DE LADO. NÃO CONSEGUI ASSISTIR O FILME MAS OS MEUS COMPANHEIROS DE PLANTÃO ME INFORMARAM SOBRE OS BUMBUNS, E DAÍ? SE FOR POSSÍVEL ALIAR O FILME ASSISTIDO COM O QUE SE PROPÕE A DISCIPLINA, ESQUEÇAMOS AS BUNDAS E USEMOS A CABEÇA.

ABRAÇOS!

Patty disse...

O autor tentou inserir todos os problemas sociais brasileiros de uma só vez no enredo do filme. A intenção era mostrar uma realidade e chocar quem finge desconhecer esse lado da realidade, jogando na tela uma cena em cima da outra de forma confusa, pois como percebemos não há uma história em que as cenas se encaixem, deixando o telespectador um pouco desorientado.
Após assistir ao filme Cronicamente inviável, ficou a dúvida em entender quem ele conseguiu realmente chocar, porque do meu ponto de vista, as cenas generalizam como se todos os pobres, índios, negros, nordestinos, entre outros fossem culpados pela sua situação, seja como vagabundo, ladrão, burro, preguiçoso e que não há salvação.
Na minha opinião, é um filme que traz o cinismo à tona, quando vejo os comentários concordando como sendo o melhor filme já visto e que nos faz refletir, mostrando-se pessoas cultas e importantes por falarem sobre o assunto, quando na verdade elas não precisam de um filme crítico para despertar, porque a realidade está na porta delas todos os dias, portanto, não vai ser este filme que vai mudar ou fazer alguém refletir. Por este motivo, acredito que faltou o outro lado desta triste realidade, ou seja, as pessoas que levantam as mangas e lutam por um país melhor, pessoas que trabalham, são honestas e apesar de todas as dificuldades, venceram e ajudam o próximo com sinceridade.

Caderno de Anotações disse...

Um dos objetivos da arte é chocar o espectador. No filme é possível ver o que, muitas vezes, fingimos não ver no dia a dia. Nesta perspectiva, a "nudez" social apresentada no filme, por ser objeto de arte, embora não-convencional, já que apresenta cenas “inapropriadas” para menores, eleva-se ao estatuto de arte, tal qual o urinol, intitulado “A fonte”, pelo francês Marcel Duchamp, uma vez que os quadros apresentados, a cada cena, mostra uma sociedade literalmente despida, “pegando” o público de surpresa. Se fizermos uma enquete para saber quantas pessoas já assistiram a película de Sérgio Bianchi, possivelmente poucos dirão que já o fez, mais um motivo para chocar quem o assiste.

A técnica apresentada pelo autor, mesclando documentário e ficção é parte de um projeto estético maior, talvez não perceptível para todos que se deparam com aquelas cenas. Por isso, é necessário se atentar para quais óculos usar para assistir a tal filme. Ainda sobre o “chocar”, indico a leitura do conto Rush, de André Sant´Anna ( disponível neste link: http://www.aulasparticulares.org/material-de-apoio/literatura/contos/rush ), no qual o autor “brinca”, colocando na cena narrativa um taxista a disparar frases do senso-comum, palavrões, etc. O autor faz isso à toa? Penso que não. Sem perceber, você se vê ao lado do taxista a disparar frases e frases, sempre fazendo referência à ditadura. Será que todos ao ler este conto ou assistir ao filme indicado pelo Prof. Rafael usarão os mesmos óculos? Não sei, mas atentemos-nos para mão ficar na análise superficial, já que sempre haverá outra leitura possível se o objeto de fruição for a arte. Feito isso, poderemos analisar se o objetivo final do filme é mostrar a “ponochanchada”, que tanto levaram os alunos a “quase nem piscar”, ou escancarar alguns aspectos, muitas vezes negado, de uma sociedade da qual fazemos parte.

Abraços!

Patty disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Patty disse...

Concordo que um dos objetivos da arte é chocar o espectador, mas nem tudo que choca pode ser considerado uma arte, mesmo que a intenção tenha sido essa.
No conto o Rush, o leitor é transformado em passageiros do táxi, onde o motorista narra tudo que ocorre ao redor da cidade sob a ótica do senso comum, forçando-o a interagir virtualmente com o personagem (o taxista), onde as cenas são apresentadas de uma forma preconceituosa, comparando-as com a época ditatorial. A idéia é chocar com um linguajar chulo, machista e vulgar. Isso é alcançado com grande êxito, sendo fantástico o texto quando nos faz imaginar a cena, enquanto é mostrada pelo taxista, deixando-nos participar da estória, mesmo que seja de uma forma passiva, pois não é dada a menor chance de reação ao passageiro.
Já o filme Cronicamente Inviável, escancara uma realidade causando polêmica, com uma visão crítica e pessimista do autor em que conforme ele mesmo disse na pré-estréia do seu filme: "Sei que meu cinema não é popular; fiz um filme que tem diferentes formas de ver". Portanto, é impossível que todos tenham um mesmo ponto de vista sobre o filme e o considere uma arte.

(comentário do autor extraído da análise crítica da Presidente do Centro de Pesquisadores do Cinema Brasileiro, Myrna Silveira Brandão,em: http://www.mnemocine.com.br/cinema/crit/cronicamente.htm)

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